Janeiro chegou ao fim. E estou cumprindo a promessa que fiz de documentar memórias e compartilhar com pessoas que amo. Vou falar a verdade, esse post tem me assombrado nas últimas semanas. A ideia de tentar algo tão novo e tão pessoal me assusta muito. A ideia de compartilhar — verdadeiramente compartilhar, ir mais fundo do que 10 fotos em um post do Instagram, me empolga e me intimida. Eu procrastinei o início desse post por um tempo, preocupada com a ideia de que o que quer que eu escrevesse não ia estar à altura das minhas próprias expectativas. Bem, janeiro acabou, e é agora ou nunca. Então, aqui está o que os primeiros 31 dias de 2024 trouxeram para a minha vida.
O que eu assisti
Comecei 2024 com uma maratona de filmes. Depois de ler alguns artigos do NY Times sobre potenciais indicados ao Oscar, decidi me inscrever no Letterboxd e assistir os filmes mais comentados do ano passado. Não tinha necessariamente a meta de assistir a todas as indicações de melhor filme, então escolhi aquelas que achei que ia gostar mais, e alguns filmes aleatórios (não de 2023) que acabaram aparecendo. Em algumas palavras, o que eu achei sobre os filmes que vi:
May December: As pessoas são loucas. Amei e odiei cada personagem. O cara que interpreta o pai deveria ganhar um Oscar.
Anatomy of a Fall: As coisas acontecem e às vezes nunca vamos saber porquê. A metáfora da queda é muito explorada no filme, com todas as figuras parentais caindo (literalmente e figurativamente) diante do filho.
Past Lives: Este mexeu comigo, e as cenas finais me fizeram chorar. Às vezes, eu paro pra pensar em nós, seres humanos, nas migrações e em como a globalização é ótima, mas também nos f* de muitas maneiras.
Saltburn: Maximalismo, valor de choque e teorias de classe social embalados em um remake de "O Talentoso Mr. Ripley". "Murder on the dance floor" está morando de graça na minha cabeça.
Sociedade da Neve: Coisas acontecem e as pessoas são incrivelmente resilientes. Além disso, é sempre bom assistir a um filme em espanhol.
O Talentoso Mr. Ripley: Comecei a assistir esse filme antes de Saltburn e terminei depois de terminar Saltburn (vai entender), mas não pude deixar de notar as semelhanças.
Sonata de Outono: Um soco sueco no estômago. Assisti porque minha terapeuta pediu. Não assista.
Além dos filmes, assisti a série "American Nightmare" e achei média, e continuei assistindo "Succession". Eu poderia escrever muito sobre Succession, mas por enquanto, direi apenas que a escrita e as piadas são ótimas, e assistir essa série me ajudou a me desvincular significativamente, de uma maneira boa, do trabalho como forma de encontrar meu valor pessoal.
O que ouvi
Um dos meus objetivos desse inverno é passar mais tempo ao ar livre. Em novembro, comprei umas roupas de segunda pele, e me comprometi a passear com meu cachorro sempre que o clima lá fora não congelasse meus cílios exóticos. O que ouvi durante minhas caminhadas esse mês:
How to Keep Time: Esta é uma série de podcasts da The Atlantic, e "How to Keep Time" é a quinta (?) temporada deles. Os temas que eles abordam, ao longo de todas as temporadas, são muito interessantes. Coisas extremamente complexas de entender, mas muito mundanas ao mesmo tempo — tipo a passagem do tempo, conexões humanas, encontrar a felicidade e construir comunidade. Os episódios são curtinhos e interessantes, e o conteúdo dessa última temporada foi parte do que me inspirou a escrever estes posts.
Retail Therapy by Sunday Scaries: Este podcast é um mergulho no mundo masculino norte americano. Toda vez que eu escouto, eu fujo pra um mundo onde eu sou um homem branco "millenial" sem nenhuma preocupação na vida. O jeito que os apresentadores falam sobre tópicos da cultura pop é divertido.
Menções honrosas este mês para "Huberman Lab". Não consigo decidir se o Huberman é um idiota espalhando "bro science" pelo mundo, ou só um cara americano que gosta de pesquisa acadêmica; e "Raising Good Humans" pra aquelas caminhadas em que eu só precisava ouvir que sou uma boa mãe e que tudo vai ficar bem.
Em termos de música, Noah Kahan dominou minha playlist este mês. Eu vou em um show dele em março e tô muito animada pra cantar "Stick Season" aos berros com minhas amigas.
O que eu fiz
Quem disse que janeiro é um mês longo, provavelmente estava certo. Fiz tantas coisas nos últimos 31 dias, aqui estão alguns dos destaques, não em ordem cronológica:
Organizei um jantar para celebrar o noivado da minha irmã e fizemos uma noite de karaokê
Atualizei meu espaço de trabalho com um novo mouse, um teclado mecânico e uma mini esteira
Criei um novo espaço pro Miguel brincar no porão
Terminei de ler "Study for Obedience" da Sarah Bernstein e dei duas tristes estrelas (não foi minha vibe)
Fiz esqui cross-country pela primeira vez e fui lembrada que alguns dos meus músculos do quadril ainda existem e vão reclamar quando incomodados.
O que senti
Janeiro me fez sentir pequena. Conforme o tempo se estendeu por 31 longos dias de pouca luz, eu pensei muito sobre a ideia de "ter significado" e "o que importa", como sempre faço. Me despedi de dois parentes muito queridos este mês, e isso me fez focar menos no trabalho e a ampliar a visão, e ser forçada a ver a vida como um todo. Minhas caminhadas e os infinitos céus azuis de Saskatchewan ajudaram a criar espaço pra pensar nisso tudo.
O distanciamento do trabalho me preocupou um pouco, me fez pensar que eu estava ficando pra trás ou que eu não estava entregando tanto quanto deveria. Mas, apesar disso, também consegui encontrar alegria nos pequenos momentos. Vamos ver o que fevereiro vai trazer.