Nossa, é muito espaço nesse assento. E a aeromoça acabou de me chamar pelo meu nome? Era talvez a terceira vez que eu voava na primeira classe. Eu estava indo pra Denver a trabalho, e depois de uma semana cheia de reuniões, eu estava ansiosa pra voltar pra casa.
Entrei no avião e sentei. O avião era um pouco mais velho do que eu esperava, mas tudo bem. Eu fui uma das primeiras a sentar e continuei observando as pessoas enquanto elas entravam. Eu estava animada para voar de primeira classe, tão animada que reservei um voo que ia de Denver para Vegas (ao sul de Denver), depois Calgary (de volta pro norte), e depois Saskatoon, porque a passagem era mais barata e eu poderia voar de primeira classe dentro do limite de gastos da empresa. Patético, eu sei.
Alguns minutos depois que eu sentei, um rosto familiar entrou no avião. De onde eu conheço esse cara? Um homem asiático, barbudo, cabelos longos, usando uma jaqueta super colorida do Dragonball Z. O voo estava saindo de Vegas, ele era famoso? Sim. Mas de onde? Um clique e eu lembrei.
O ano é 2013, e em um dos meus muitos breves atos aleatórios de hiperfoco, decido que vou ser uma DJ — é claro, como um hobby, tocar em festas de amigos, uma coisa casual. Tudo começou porque há alguns anos antes eu andava gostando muito de mashups tipo esse — lembra quando a internet era fácil assim?. Ah, é daí que eu conheço esse cara! De volta ao avião, deixando de lado minha carreira de DJ. Era ele, Steve Aoki, o DJ que joga bolo, cheio de energia, produtor, músico, lenda da música eletrônica, e ele estava sentado a dois assentos de mim.
Ele entrou, muito calmo, e colocou sua jaqueta colorida no compartimento de bagagem. Peguei meu telefone, mandei uma mensagem pro meu marido e minha irmã imediatamente, e continuei observando as reações das outras pessoas enquanto passavam.
Os boomers, mais velhos, não tinham ideia de quem ele era, incluindo o cara que estava sentado bem do lado dele. Mas todos os millennials e gen Z que entraram no avião arregalavam os olhos quando o viam. Decolamos, o voo foi curto e fácil. Nós dois pedimos frango de almoço.
Quando pousamos em Calgary, pensei: é isso. "Bom, legal, lembra da vez que vi o Steve Aoki de longe em um avião?" Que história sem graça de contar. Ele saiu do avião, e eu também, e ambos seguimos para a fila da imigração. "Prazer em conhecê-lo, senhor", ouvi um guarda da imigração dizer.
Passamos pela imigração e percebi que era minha chance, era agora ou nunca — um corredor longo e vazio, eu e ele. "Essa foi a fila de imigração mais fácil que já passei", quando percebi, as palavras já estavam ecoando no corredor. "Sim, não foi ruim", ele respondeu, "De onde você é?", "Do Brasil", "E por que trocou o Brasil por isso?", o tempo lá fora estava horrível. "Bem, [insira minha explicação clássica sobre como o Brasil é ótimo, mas a qualidade de vida no geral é melhor aqui]", "E você é o Steve Aoki".
Ele me disse que ia tocar no dia seguinte em Winnipeg, e perguntou onde eu estava hospedada em Vegas. "Nossa, que rota de voo estranha", ele respondeu quando eu disse que vinha de Denver. Tudo que eu disse foi "é, eu sei", como se a rota não tivesse nada a ver comigo burlando o sistema para voar na primeira classe. Ele perguntou se eu sabia o caminho mais fácil para a área de voos domésticos. Conversamos e caminhamos em direção à seção D, mesmo sabendo que meu portão estava em algum lugar na seção C. Em algum momento, pensei, "Tenho que pedir uma foto. Como é que eu vou contar para meu marido e minha irmã que isso aconteceu?", "Posso tirar uma foto com você?", ele concordou gentilmente. Tiramos uma foto e desejamos um ao outro um bom voo.
Provavelmente vai demorar mais alguns anos até eu voar de primeira classe de novo. Mas, daqui para frente, toda vez que eu sentar naqueles assentos enormes, vou lembrar da vez que conheci Steve Aoki em um avião.
O que eu fiz em março
Apenas uma garota completando 33 anos: Depois de muito debater se deveria ou não celebrar, acabei fazendo uma festinha para comemorar meu aniversário com alguns amigos próximos. Decidi fazer uma “dinner party” (embora não tenha sido servido um jantar), inspirada de longe em "Saltburn". Comprei a maioria dos itens de decoração em um brechó, e acabou sendo uma noite divertida, cheia de conversa, karaoke e celebração. Tô animada pra fazer isso de novo, talvez até sem um motivo específico para celebrar.




Conhecendo Denver pela primeira vez: Denver foi... média. Me lembrou de Saskatoon, mas maior. Ainda assim, foi divertido conhecer outra cidade nos Estados Unidos. Alguns dos meus destaques foram jantar sozinha, vestir roupas de escritório para variar, comparecer à abertura de uma exposição no MCA (museu contemporâneo de Denver), visitar um pequeno mercado administrado por mulheres, Meow Wolf e um jogo do Denver Nuggets.







Outros highlights de março
Fui a um show do Noah Kahan e usei isso como desculpa para fazer chaveiros com letras de músicas.
Corri minha mais longa corrida até agora — 7 km. Tô gostando muito de correr ultimamente (e passando mais tempo no #runtok do que quero admitir). Próximo passo, fotos minhas em um colete de corrida apertadinho no post de maio.
Terminei o livro "Tudo Sobre o Amor, Novas Perspectivas", de Bell Hooks. Esse foi um presente do meu irmão mais novo, o que tornou esse livro maravilhoso ainda mais especial. Eu recomendo esta leitura para qualquer pessoa que está pronta e procurando explorar maneiras de amar mais a si mesma e aos outros.





É isso, obrigada por ler até aqui. E obrigada por todas as mensagens carinhosas no Instagram. Fico feliz por estar escrevendo mais e por poder compartilhar com vocês. Até mês que vem. 💌